sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A oração Jabez

A Oração de Jabez

Jabez está certamente entre os homens que não tinham nada e a quem Deus abençoou grandemente.
"Jabez foi mais ilustre do que seus irmãos; sua mãe chamou-lhe Jabez, dizendo: Porque com dores o dei à luz. Jabez invocou o Deus de Israel, dizendo: Oh! Tomara que me abençoes e me alargues as fronteiras, que seja comigo a Tua mão e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha aflição! E Deus lhe concedeu o que tinha pedido." I Crónicas 4:9,10
I. Quem era Jabez.
O Nome de Jabez
O nome quer dizer “com dores o dei à luz”. Por que a sua mãe lhe deu este nome? Este nome só lhe trazia desvantagem perante os irmãos, que certamente teriam nomes “normais”!
Sabemos da importância do nomes naquela época, os quais reflectiam o carácter ou a história do nascimento de cada indivíduo. Jabez, "o que provoca dor", ficou assim exposto irremediavelmente ao vexame social do seu tempo.
Maalon e Chilion, filhos de Naomi (a sogra de Rute), por exemplo, "débil" e "franzinho", morreram novos e deixaram duas viúvas também jovens.
Que aconteceu à mãe de Jabez?
Foi uma gravidez indesejada?
Teve um trauma familiar?
O marido abandonou-a?
Teve dores fora do vulgar?
... Não se sabe bem ao certo.
A geneologia de Jabez
Jabez habita em Judá logo após as conquistas das tribos depois que partiram de Gilgal para conquistar as terras.
Jabez está escondido nas geneologias. Porém quem as redigiu não se esqueceu dele oferecendo-lhe uma das bibliografias bíblicas mais curtas.
I. Que me abençoes. ..
Jabez não fez nenhuma oração egoísta. Ele orou porque conhecia a Deus de uma forma diferente dos seus irmãos.
• Jabez conhecia a luta dos seus antepassados inclusive a luta de Jacó para conseguir a benção de Deus e a sua protecção.
• Jabez orou ao Deus de Israel, como quem diz: "se mudou a história de Jacó (mudando-lhe o nome para Israel), também pode mudar a minha!"
• Jabez, certamente, teve uma juventude atormentada pelo nome que denunciava a sua história a toda a gente.
Porém fez a oração mais simples do mundo: que me abençoes... “Benção”, tradição rara a cair em esquecimento. Jabez não definiu a benção que pretendia. Simplesmente deixou-a ao critério de Deus. “Benção” era o antídoto certo para uma má herança que o destinava, até então, à miséria e à maldição.
Para Jabez a sua história de vida não contava. Jabez não aceitou o seu destino, simplesmente acreditou que a sua sorte poderia mudar se pedisse a benção a Deus.
É desejo de Deus abençoar os seus filhos. Este é o seu princípio. Somos nós que colocamos os obstáculos. Jabez recusou que qualquer obstáculo se colocasse entre Deus e a benção que estava reservada para ele.
Mergulhe na benção de Deus, seja esforçado, tenha fé e deixe que Ele faça o resto.
II. Que me alargues as fronteiras. ..
Jabez não era Rei. Não era chefe de tribo. Não era Juiz. Era apenas Jabez, chefe anónimo de um clã. Josué já tinha conquistado aquelas terras para a tribo de Judá. Porque então Jabez pedia territórios?
Maior território, para Jabez, era o mesmo que espaço para crescer. Até agora a sua vida tinha sido uma prisão. Ele estava impedido de prosperar pelo estigma familiar com que frequentemente o desprezavam:
Causador de dor...
Irás sempre magoar as pessoas...
Nunca irás ter amigos...
Não vais conseguir vender o teu gado...
Não vais conseguir vencer na vida...
Jabez queria dizer com a sua oração:
• Deus, dá-me uma oportunidade...
• Deus, que não haja limites para a minha família prosperar...
• Deus, que o teu propósito para a minha vida seja alcançado.
Jabez, com a sua oração, desafiou todas as probabilidades que apontavam para que fosse um mero anónimo na geneologia de Israel.
Naturalmente, o ambiente social em que a pessoa vive contribui em grande parte para o sucesso ou fracasso. Jabez estava portanto destinado, pelo seu ambiente social e circunstâncias, ao fracasso. Jabez estava fragilizado pela rejeição social. Pelo estigma de poder ter sido causador de dor na mãe que o concebeu. Era perseguido pela própria “sombra” - o seu nome.
III. Que seja comigo a Tua mão.
Pessoas comuns, que tenham a sublimidade de pedir a mão a Deus, chegam longe.
Há pessoas que assim que sentem mais um pouco de largueza soltam a mão de Deus. Alcançam riqueza, fama e prazeres, mas perdem-se entre os esquecidos da história ou então são conhecidos pelo impacto da sua depravação.
Jabez tem consciência de que o risco de fracassar é enorme. A sua herança e a sua história pesam na sua memória. Então, só há uma solução: “Que seja comigo a tua mão...”
Jabez está a meio caminho de ser grande. Jamais dirá que “foi pelo meu esforço e pelo meu braço que alarguei as minhas fronteiras”, antes dirá: “não foi por força, nem por violência, mas pelo Espírito de Deus”.
Se o desafio era grande para Jabez, o caminho também. Porque haveria então de caminhar sozinho se sabia que podia contar com a mão de Deus?
“Mão” quer dizer segurança. Direcção. Certeza no caminho. Amparo na tempestade. A quem já foi poupada uma queda só por ir pela mão de alguém?
“Mão” está ligado com unção. Consagração. Imposição de mãos para receber uma graça especial, um ministério, uma responsabilidade.
IV. Que me preserves do mal. ..
Uma vez que Jabez viveu na época dos Juízes, sem dúvida que não teve vida fácil. Não se tratava apenas de um estigma herdado por transmissão familiar, mas também a ameaça permanente de invasões como consequência dos pecados de Israel, e também os conflitos locais resultantes da adaptação à terra, e os ciclos inevitáveis de fartura e escassez, próprios de uma nação sem um governo estável e espiritual.
Jabez sabia que o mal estava sempre à espreita. Qualquer dia, cedo ou tarde, poderia ser um mau dia. Então, para finalizar, ele precisou de acrescentar: “guarda-me quando surgir o mal”.
Jabez não viraria as costas às dificuldades. Jabez não é como os líderes que quando as dificuldades surgem se recolhem à sua insignificância hereditária. Jabez esteve sempre firme, mesmo quando o mal chegava perto.
Jabez viu certamente muitos homens de honra e carácter sucumbirem ao “dia mau” e que inevitavelmente fará sombra a todos os que têm um propósito de Deus para as suas vidas.
Quando foi a última vez que você pediu a Deus que o livrasse das tentações? Ou será que gosta delas?
Jabez já tinha cometido erros na vida. O seu histórico familiar não lhe deve ter permitido actuar com o carácter e garra que agora possuía. Jabez sabia que a qualquer momento o “velho homem” poderia voltar a vir à tona. Tinha que vencer essa etapa também.
É impressionante a ousadia e a coragem de Jabez em pedir a Deus – “guarda-me quando o dia da tentação chegar” – especialmente quando o Mestre de todos os mestres, Jesus, ainda não tinha ensinado esta oração aos seus discípulos.
IV. E Deus lhe concedeu o que lhe pedira...
Sem dúvida que Deus favorece os que pedem. Jabez foi distinguido como o “mais ilustre entre os seus irmãos”. Jabez não quis ser mais ilustre que os outros. “Ilustre” foi consequência da sua oração e do carácter que resultou do desejo mais profundo do seu íntimo.
A Bíblia está repleta de exemplos de quem se atreveu a pedir e alcançou.
Jabez, "o ilustre", não orou apenas. Ele decidiu mudar a sua atitude face aos desafios que a vida lhe apresentava. Se você orar, mude também a sua atitude e o seu carácter. Atreva-se a orar com fé de que Deus vai responder e com a determinação de que a sua vida vai mudar.
Faz todo o sentido terminar com um verso de Tiago esta pequena mensagem: “Cobiçais e nada tendes; logo matais. Invejais, e não podeis alcançar; logo combateis e fazeis guerras. Nada tendes, porque não pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” Tiago 4:2,3.
SD2005
Bibliografia: A Oração de Jabez, Wilkinson, Mundo Cristão

Nenhum comentário:

Postar um comentário